quarta-feira, 31 de julho de 2013

Porto de Natal: o futuro, as previsões e as incertezas


Porto de Natal
O Jornal de Hoje, publicou recentemente (29/07) matéria sobre as perspectivas futuras para o Porto de Natal. Entre outros assuntos são tratados temas recorrentes, como: cabotagem, terminal de passageiros e concorrência com portos dos estados vizinhos.
Por que será que entra ano e sai ano e o nosso Porto de Natal não consegue ter uma melhoria significativa e importante na movimentação de carga ?
Vale a pena a leitura, para que cada um faça suas reflexões e tire suas conclusões.
(Silvano - SINPORN)

Para porto, plano de logística é fundamental, diz Terceiro

 O sucesso ou não de trazer de volta para o porto de Natal a navegação de cabotagem – que é o trânsito de navios pela costa de um mesmo país -, desativada em fins dos anos de 1990, dependerá de um plano estadual de logística e da Companhia Docas do Rio Grande do Norte conseguir executar a expansão de sua retroárea, com a construção do quarto berço.
Pelo menos é o que pensa o presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo, que passa férias na Itália. Hoje pela manhã, por telefone, enquanto contemplava o vulcão Etna, situado na parte oriental da Sicília, ele afirmou que a volta de navios de cabotagem depende fundamentalmente da criação de um plano estadual de logística que está no foco atual da Federação da Indústria do Rio Grande do Norte, da qual Terceiro é vice-presidente.
“O estudo conduzido pela Fiern, junto com a Federação do Comércio e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado, além da expansão da retroárea do porto de Natal são fundamentais para conseguirmos trazer de volta a cabotagem”, opinou Terceiro.
Perguntado se a transferência de uma importante empresa desse setor de Suape para o Porto de Recife poderia desestimular o interesse em se olhar Natal como possível escala para cabotagem, Pedro Terceiro minimizou. “Como eu disse, tudo vai depender de expandirmos o porto e contarmos com um plano de logística que nos permita crescer”, afirmou.
A empresa que se transferiu de Suape, na região metropolitana, para o porto central da capital pernambucana foi a Maestra, que opera em todos os principais terminais portuários brasileiros. Observadores ouvidos hoje pelo JH foram unânimes ao afirmar que isso vai facilitar ainda mais  a tarefa das empresas varejistas potiguares em continuar comprando mercadorias dos grandes centros industriais do país pelo porto de Recife, enterrando as já reduzidas possibilidades de armadores virem a usar o porto de Natal. Segundo dados recentes, mais de 70% das empresas locais operam em Pecém (CE) e Suape (PE).
Com sede no Emirado de Sharjah, Emirados Árabes Unidos, a Gulftainer Company Limited já operava no Porto de Recife desde 2011 não apenas com contêineres, mas também carga projeto, bobinas de aço, ro-ro e carga geral, como informa o site especializado Portos & Navios.
Por ro-ro entenda-se qualquer tipo de carga que embarque, seja em cima das suas próprias rodas ou lagartas, seja em cima de equipamento concebido especificamente para a operação.
Há quase quatro meses uma comitiva liderada pelo presidente da Fiern, Amaro Sales, participou, em São Paulo, da 19ª edição da Intermodal South América justamente para captar armadores interessados em promover escalas no RN.
Mais recentemente, numa ação considerada hábil, o presidente da Codern, Pedro Terceiro, conseguiu incluir junto com a licitação do quarto beco as obras de construção das defensas da ponte Newton Navarro, cuja inexistência obrigaram a Capitania dos Portos a proibir trânsito de embarcações grandes após 17 horas.
A ampliação da retroárea, antes orçada em R$ 113,1 milhões, passará para R$ 190 milhões, incluindo os pilares de proteção – um reajuste de 67,9%. “O valor exato dependerá do projeto dos pilares”, afirma Terceiro.
Hoje, a presidente da Sociedade Brasileira de Logística, a consultora potiguar Karla Motta, comentou que para se trazer a navegação de cabotagem de volta para Natal é garantir que haja uma demanda que garanta a operação. “Sem isso pode esquecer”, afirmou.
Karla disse, ainda, que o plano estadual de logística é vital para essa finalidade a partir de uma interligação logística entre porto e o novo aeroporto de São Gonçalo que torne isso possível.
“O problema é que sem vias de acesso e um planejamento logístico que outros estados como Pernambuco e Ceará já se dedicam há anos, o governo estadual não terá condições de atender às principais reivindicações da indústria potiguar”, assegurou a consultora.
Outra preocupação da Codern é iniciar a operação do terminal de passageiros do Porto de Natal até outubro próximo já com a instalação dos órgãos de controle, como a Receita Federal e a Polícia Federal.
Com um custo duas vezes maior do terminal de passageiros do porto de Recife, orçado em R$ 27 milhões, há 29 viagens saindo da capital pernambucana na alta temporada necessitando de uma escala em Natal para reforçar pacotes que incluam os terminais de Recife, Salvador, Fortaleza e Fernando de Nortonha.
São navios com capacidade para 818 passageiros, mas, em virtude das limitações de visitantes em Fernando de Noronha irão com no máximo 700 passageiros, quantidade permitida para o desembarque no arquipélago. No ano passado, Noronha ficou sem receber cruzeiros por empecilhos comerciais de Milton Sanches, que é o único operador de viagens marítimas com destino à ilha.
Para que o terminal não fique sem funcionar na temporada de cruzeiros 2013/2014, em Recife montou-se um esquema de emergência com o aval da Secretaria de Portos para funcionar  provisoriamente com equipes da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) e da Secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife a partir de outubro.
Essa gestão provisória também está sendo sugerida pela Secretaria de Portos para os terminais de Fortaleza, Natal e Salvador, que também devem aguardar quase um ano pela licitação da empresa operadora do equipamento. O problema é que em Natal, além das obras, a mudança dos acessos ao terminal – que separará a entrada de carga e passageiros – ainda não começou.

(Artigo publicado no Jornal de Hoje (29/07/13), por Marcelo Hollanda)

2 comentários:

  1. Plano de logística é fundamental, verdade! E o outro plano tão esperado pelos empregas da Companhia: o PCCS? Qual a classificação que se deve adotar?

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  2. Companheiro Jean,
    Sem querer ser reduntante, o PCCS, no nosso entendimento, deve sempre estar em primeiro plano.
    Silvano

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