segunda-feira, 15 de abril de 2013

Senador Eduardo Braga confirma entendimento acordado com portuários sobre MP 595


Relator da MP 595 reafirma acordo feito com trabalhadores portuários

Na reunião que desmentiu boatos, Guterra fez um alerta: “não vamos permitir que os portuários sejam usados como massa de manobra para defender interesses dos patrões”
 O senador Eduardo Braga, relator da Medida Provisória 595, conhecida como MP dos Portos, disse nesta quarta-feira (10), em Brasília, que o governo não vai, em hipótese alguma, voltar atrás no acordo feito com os representantes dos trabalhadores na reunião realizada no dia 21 de março.
A afirmação foi repetida mais de dez vezes durante reunião do senador com representantes de todas as federações de portuários do Brasil. Braga disse categoricamente que o governo nunca pensou em desfazer o acordo, como foi publicado esta semana por um jornal de circulação nacional.
Segundo o senador, o relatório final sobre a MP 595 ainda não foi escrito porque não existe acordo do governo os empresários e dos governadores. Os empresários querem antecipar a renovação dos contratos firmados em 1993. Esses contratos têm duração de 25 anos e podem – ou não – ser renovados por mais 25. Além da antecipação da renovação, eles querem manter a vigência do período que falta para o fim dos contratos e também assegurar a possibilidade de renovação por mais 25 anos. Até agora, o governo não aceita a antecipação nesses termos.
Na reunião realizada ontem no gabinete do senador Eduardo Braga, os representantes CUTistas reiteraram o compromisso firmado durante o processo negocial instituído pelo governo e pelo relator, onde foi possível a construção desse acordo. Na ocasião, os dirigentes da CUT também alertaram os parlamentares sobre a defesa dos patrões feita por alguns sindicalistas. Deixaram claro que esse é um problema dos empresários e dos governos estaduais e que devem ser resolvidos em seus respectivos fóruns de negociação – o governo federal ou com o Congresso Nacional.
O presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP-CUT), Eduardo Guterra, não aceitou a manipulação. Segundo ele, a CUT e a FNP não vão permitir o uso dos trabalhadores portuários como massa de manobra para defender interesses estranhos à categoria. O papel dos sindicalistas, afirmou Guterra, é defender os interesses da categoria e não dos patrões.
“Estamos aqui para defender nossas reivindicações e não a dos patrões”, concluiu enfaticamente o dirigente CUTista.
Mais uma vez o senador Eduardo Braga reafirmou que o acordo feito com os trabalhadores é consenso e não vai mudar nada nem da parte do governo nem da comissão.
 ”A chance de mudança é zero”, afirmou o senador.
O ACORDO
No dia 21 de março, depois de cinco reuniões e muitos debates com o presidente da MP 595, deputado José Guimarães; e o senador Braga, além de representantes do governo, representantes da CUT e das demais centrais sindicais fecharam um acordo que contempla as reivindicações apresentadas ao governo: itens sociais e de direitos dos portuários.
Constarão do texto da MP os seguintes itens da nossa pauta:
- toda e qualquer contratação de portuários será obrigatoriamente precedida de negociação coletiva com sindicatos que representam os trabalhadores;
- proibição do uso de mão de obra temporária para todas as categorias de trabalhadores portuários;
- garantia de renda mínima que viabilize substancialmente a renda dos portuários avulsos nos períodos de sazonalidade;
- garantia de que as aposentadorias de avulso expostos a condições prejudiciais à saúde, que são prejudicados com a demora na aprovação do laudo pelo INSS, sejam rapidamente analisadas e liberadas;
- criação de um grupo de trabalho, formado por representantes dos trabalhadores, do governo e da sociedade civil, para discutir, permanentemente, políticas de qualificação profissional dos portuários;
- será garantida na MP a multifuncionalidade, condição essencial para o desempenho dos trabalhadores nos portos;
- também constará no relatório da MP, a determinação de que o Conselho de Autoridade Portuária terá representantes dos trabalhadores (25%), empresários (25%) e governo (50%);
- encontra-se em tramitação no MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, o reconhecimento das categorias profissionais diferenciadas que atuam nos terminais portuários, entre elas, estiva, bloco, vigilância de carga, capatazia, conferência de carga e vigilância de embarcação, entre outros;
- será inserida no texto a garantia da permanência da guarda portuária – a regulamentação será feita pela Secretaria dos Portos;
- além disso, conquistamos a não privatização das administrações portuárias.
Por Marize Muniz - FNP

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