CONTRARIANDO INICIATIVA DO COMANDO NACIONAL DO PARTIDO, PSB ESTADUAL NÃO VAI ENTREGAR OS CARGOS QUE MANTÉM NA CODERN: PERMANECEM O PRESIDENTE PEDRO TERCEIRO DE MELO E O DIRETOR GUSTAVO FARIA
O diretório potiguar do Partido Socialista Brasileiro (PSB) espera algo mais do que a carta do governador de Pernambuco e presidente nacional do partido, Eduardo Campos, à presidente Dilma Rousseff, entregando os cargos no Governo Federal, para tomar uma iniciativa no mesmo sentido em nível local.
Na esfera nacional, a entrega de cargos incluiu o Ministério da Integração que estava nas mãos do pernambucano Fernando Bezerra e a Secretaria Especial dos Portos, que tem função ministerial e era chefiada por Leônidas Ferreira até esta semana.
E é exatamente na gestão da área portuária, entregue no plano nacional, que os representantes do PSB no Rio Grande do Norte possuem cargos indicados. De acordo com o posicionamento da vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, e da deputada Sandra Rosado, os nomes que hoje trabalham na Companhia de Docas do RN (Codern) por lá devem ficar, até segunda ordem.
Os principais nomes indicados pelo PSB ocupam cargo na direção da companhia estatal. Pedro Terceiro de Melo é diretor-presidente da Codern desde o dia 20 de janeiro do ano passado.
Já Gustavo Faria, sobrinho da ex-governadora Wilma de Faria, ocupa o cargo de diretor administrativo e financeiro do órgão desde 2006, mas está na Codern desde 2003. Ele é filho de Newton Faria, irmão da ex-governadora, e já exerceu a função de assessor do diretor técnico e comercial da Companhia de Docas potiguar.
Procurada pelo NOVO JORNAL, a vice-prefeita e presidente estadual do PSB, Wilma de Faria, comunicou através de sua assessoria de imprensa que não iria comentar a recente decisão tomada por Eduardo Campos esta semana. Wilma informou que irá aguardar o comunicado oficial do governador ao diretório local do PSB para emitir um posicionamento oficial. Por enquanto, continua tudo da mesma maneira e os cargos seguem ocupados.
De acordo com a deputada federal Sandra Rosado, responsável por indicar Pedro Terceiro para o cargo de diretor-presidente da Codern, a manutenção dos cargos do partido na estrutura pública federal está assegurada de todas as formas.
“Os estados estão liberados para fazer seus arranjos locais de acordo com o entendimento. Cada estado irá resolver sua situação”, disse Sandra.
Para justificar a situação, ela compara a situação com o próprio posicionamento tomado pelo governador Eduardo Campos no estado de Pernambuco. “Campos tem quadros do PT (Partido dos Trabalhadores) entre seus secretários e disse que não vai alterar nada, deixando todos no mesmo lugar”, completou a deputada federal.
Rosado ainda destacou que apesar da entrega dos cargos, o apoio institucional do PSB ao governo petista continua firmado como antes. “A carta entregue à presidente Dilma Rousseff destaca que o PSB continuará apoiando o governo do PT no plano nacional, votando com ele no
Congresso Nacional. A entrega dos cargos foi para provar que não há fisiologismo em nosso partido. Os cargos que temos não são em troca de apoio à administração. Estamos ajudando na construção do governo desde 1989 e vamos continuar a dar sustentação”, pontuou a parlamentar.
De acordo com a deputada, a entrega dos cargos anunciada por Eduardo Campos não deve prejudicar as articulações locais para o cenário político da disputa de outubro de 2014. As conversas, diz ela, estão fluindo muito bem com todos os setores.
“Já conversamos com a deputada federal Fátima (Bezerra, do PT) e com Henrique (Alves, presidente da Câmara dos Deputados, do PMDB) sobre as composições para o ano que vem. Em 2014 se continuará a discutir as alianças, em todos os níveis, e o PSB define as condições para a candidatura nacional, com a possibilidade de encarar a disputa pela presidência”, aponta Sandra.
DIRETOR
Diante do posicionamento do PSB no plano local, o diretor-presidente da Codern diz que não há qualquer indicação de que será retirado do cargo. “Não procurei nenhum dirigente do partido. E também não fui procurado por ninguém para saber se há alguma definição sobre essa situação da entrega dos cargos”, relata Pedro Terceiro de Melo.
Para o presidente da Companhia de Docas, a possível saída da chefia do órgão seria normal, em qualquer momento. “Fui convidado e sair a qualquer hora é um processo natural. Posso ser desconvidado a qualquer instante”, disse ele.
Procurado pela reportagem, o diretor administrativo e financeiro Gustavo Faria não se encontrava na Codern. De acordo com informações de seu gabinete, Faria estava em uma reunião externa.
Fonte: Novo Jornal
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